Em História de Campina Grande de aldeia a metrópole, os historiadores campinenses Vanderley e Ida detalham a conquista do ramal e a chegada do trem à Campina Grande:

“… quem, de fato, tentou fazer com que ramal do trem chegasse a Campina foi o dinamarquês Cristiano Lauritzen, que por duas vezes viajou ao Rio de Janeiro, as suas próprias custas, para tratar desse assunto com as autoridades do Governo Federal. […]

Em julho de 1904 o Presidente assinou o decreto mandando efetuar o prolongamento da estrada de ferro até Campina Grande, e Lauritzen, de tanto contentamento, saiu de casa em casa na cidade convidando todos, inclusive seus mais ferrenhos adversários para uma festa que ele promoveu em comemoração. […]

Como todo importante ato histórico, a chegada do primeiro trem à estação de Campina Grande, no dia 02 de outubro de 1907, foi marcada por uma grande presença popular e festa, com banda de música e fogos de artifícios. Na recepção, além de uma comitiva da empresa Great Western, estava o prefeito Cristiano Lauritzen acompanhado de Lino Gomes, Major Juvino de Souza do Ó, professor Clementino Procópio, o vigário Monsenhor Sales, Dr. Chateaubriand de Melo, o jovem tribuno Dr. Afonso Campos e outras importantes autoridades locais que fizeram presentes neste dia histórico, em que, ao longe, o apito anunciava a tão esperada chegada do trem à Rainha da Borborema.”

Desse momento em diante, Campina passa de uma cidade pacata do interior da Paraíba para uma cidade pujante, pois o trem trazia consigo o progresso, na mobilidade entre as capitais Recife e João Pessoa, no transporte de mercadorias, em especial o algodão, que rendeu a Rainha da Borborema o título honorífico de Liverpool do Brasil e na chegada de empreendedores que viram em nossa cidade a possibilidade de crescer economicamente.

BRITO, Vanderley de; STEINMULLER, Maria Ida. História de Campina Grande: de aldeia a metrópole. Campina Grande: Cópias & Papeis, 2020.